Fobias

Sabia que...


As fobias afectam todas as idades, todos os estratos sociais, estilos, países e culturas. O instituto americano de psiquiatria para a pesquisa e educação relatou que, 7,8% dos adultos americanos tinham fobias apresentando-se esta como a doença psiquiátrica mais comum nas mulheres de todas as idades e a segunda doença mais comum entre os homens com idade superior a 25 anos.


Uma em cada quatro pessoas sente fobias!


Medo e fobias mais comuns

Medo, o nosso grande aliado…


           
Todos nós crescemos ouvindo que é feio sentir medo. Por isso, muitas pessoas têm dificuldade em falar ou expressar os seus medos. Estas consideram-se fracas e evitam ao máximo que outros descubram o que elas sentem porém, como já vimos, o medo é uma emoção natural do ser humano. É impossível imaginar a nossa vida sem que em algum momento não nos tenhamos deparado com o medo. O medo é algo que nos protege e funciona como uma espécie de aviso para nos precavermos de perigos reais.          
            Frente às acções e objectivos a serem alcançados o medo actua como regulador da inteligência e visa evitar o fracasso das metas estipuladas.


Características que ajudam a identificar pessoas propensas a desenvolver fobias:
  • Competentes;
  • Excesso de responsabilidade;
  • Detalhistas;
  • Importar-se com o olhar do outro;
  • Dificuldade em receber críticas:
  • Organizadas;
  • Críticas;
  • Sensíveis aos sentimentos;
  • Inteligentes;
  • Elevada consciência social;
  • Sentem necessidade de ter o controlo.

Fobias alimentares

Existem dois tipos de fobias alimentares. No primeiro, a pessoa tem medo de se engasgar com os alimentos, o que a leva a fazer uso somente de líquidos ou alimentos sob a forma de papa, preparados no liquidificador. A perda de peso é um dos sintomas mais pronunciados e é causada pelos hábitos alimentares típicos dos portadores desse tipo de fobia.
A pessoa sente que a sua boca e a sua garganta estão excessivamente secas, e que o alimento sólido pode ficar entalado e, ao sentir-se ansiosa a respiração fica alterada, complicando ainda mais o quadro.
No segundo tipo o que ocorre é uma espécie de aversão a alguns tipos de alimentos, acarretando náuseas e, por vezes, vómitos. Neste caso, muitas vezes o diagnóstico pode ser rotulado como anorexia ou bulimia e, no entanto, pode tratar-se de fobia à alimentação.
Além disso, muitas pessoas evitam comer em locais públicos. Neste caso, há também uma situação de fobia social, pois o que mais incomoda para essa pessoa é estar a comer e ter alguém observando.


Fobia de doenças

O que caracteriza esta fobia é o medo exagerado de estar com alguma doença, como o cancro, SIDA, algum problema cardíaco e consequentemente, o facto de poder morrer com essa doença.
As pessoas que sofrem deste tipo de fobia evitam ler ou assistir a programas na televisão que tratem do assunto. Evitam entrar em hospitais e até mesmo conversas cujo tema gire em torno de doenças, ou de pessoas que estejam doentes.
Constantemente examinam-se, observando o aspecto da sua língua, a coloração dos olhos ou apalpam o seu corpo à procura de lago errado. Marcam consultas frequentes com médicos, geralmente clínicos gerais para se assegurarem de que não há nada grave.


Fobia de sangue e ferimentos

O que caracteriza esta fobia é o facto de que a pessoa, ao entrar em contacto com sangue, agulhas ou feridas e mutilações, tem a sensação de uma intensa náusea, muito mais forte que o medo e a ansiedade. Em seguida, a pessoa pode, inclusive ter um desmaio.
Esta é uma fobia que foge bastante ao padrão habitual pois a resposta fisiológica desencadeada diferencia-se das de mais fobias. Em vez de os batimentos cardíacos acelerarem, as pessoas com fobia de sangue e ferimentos registam, após um breve período de aceleração, uma redução dos batimentos que pode levar a um desmaio pela diminuição da oxigenação do cérebro, que se designa hipoxia.


Fobia do dentista

A maioria das pessoas tem um leve receio de ir ao dentista. Uma pequena percentagem, no entanto, tem um verdadeiro pavor, apresentando inclusive ataques de pânico na cadeira do dentista.
A consequência mais séria que advém para essas pessoas é a deterioração dos dentes, às vezes com sérias complicações, envolvendo doenças das gengivas.
Os maiores temores relacionam-se com a anestesia e a acção da broca pois o medo parece aumentar a sensação subjectiva de dor. Além disso, as pessoas esperam sempre um desconforto muito maior do que aquele que é produzido. Para algumas pessoas, a simples visão de roupa branca do dentista é terrível.
Alguns pacientes chegam a desmaiar na cadeira. Uma boa comunicação e empatia com o dentista ajudam muito, sobretudo se o profissional entender e respeitar o medo (para que o grau de desconforto e de dor diminua). A familiarização com o consultório também pode ajudar na habituação bem como a observação de outras pessoas sendo tratadas.


Fobia do escuro

O medo da escuridão pode ser normal em certas circunstâncias, sobretudo se você estiver num local desconhecido. No entanto, ter medo de ficar no escuro na sua própria casa é um medo irracional, configurando-se, assim, uma fobia. Geralmente o medo é de abrir os olhos no escuro e ver “algo” relacionado com o sobrenatural. Às vezes, o escuro está ligado a morte e, portanto, ao desconhecido (ou ao conhecido imaginado).


Fobia da tempestade

Chuva, trovões e raios, quando chega o verão, aumenta a ansiedade das pessoas que têm verdadeiro pavor de tempestade. É de salientar que algumas delas não saem de casa, sem consultar a previsão do tempo. Este problema leva a uma série de limitações na vida profissional e pessoal dessas pessoas devido à esquiva que é proeminente.
Se estiver chovendo, dificilmente se aventura a sair de casa. Existem pessoas que, durante uma tempestade, fecham-se dentro de armários e só saem depois que cessa o fenómeno, outras permanecem junto dos seus cães de estimação (que são excessivamente sensíveis aos ruídos de trovões e fogos-de-artifício) e outras cobrem-se para se sentirem mais protegidas.

Conheça um pouco sobre algumas fobias…
 A abordagem que se segue refere-se a estudos e dados da clínica (em parte descritos no livro “Sem medo do medo” do psiquiatra Tito Paes de Barro Netto).


Fobias de animais e insectos
Em relação aos animais, pode haver um grande número de fobias, que vão desde os insectos a animais de maior porte. O que é mais comummente observado no dia-a-dia são as fobias de insectos como as baratas, abelhas, vespas, borboletas, mariposas, traças… Existem também, com bastante frequência, fobias referentes às aranhas, cobras, pássaros, cães, gatos, sapos e ratos e até de animais menos típicos, como as lagartixas.
Parece compreensível ter medo de cães, mas as pessoas não entendem, por exemplo, um escândalo causado pelo medo de barata. A barata é muito menor que um ser humano, portanto, não apresentaria ameaça alguma. Porém, o medo inconsciente é do que a mesma possa transmitir. Neste mesmo prisma está a fobia dos ratos, isto é, o medo de que possam transmitir doenças que levem à morte.


Fobia de andar de avião

Aumenta a cada dia o número de pessoas que precisam voar, sobretudo por motivos profissionais e, como consequência, o número de pessoas que procuram o tratamento para esse tipo de fobia também tem aumentado.
Há pessoas que recusam empregos pelo medo de viajarem de avião. O medo não está relacionado a um único aspecto e inclui o medo de um acidente, de ficar fechado, da altura, da instabilidade, e de perder o controlo.
            É bom lembrar que pessoas com fobia de andar de avião têm necessidade de que o controle da situação esteja com elas. No caso do avião, é impossível e se acontecer alguma falha no aparelho, elas não poderão fazer nada.


Fobia de lugares fechados

            O principal temor é de ficar preso e não conseguir sair do local. Entre os objectos mais comuns desse tipo de fobia estão os elevadores.
            A pessoa geralmente teme que uma falha mecânica deixe-a presa por horas dentro de um cubículo, facto que acarreta um verdadeiro pavor.
            Um dos pensamentos mais comuns é o de ficar preso no elevador e o ar esgotar, apesar de todos os elevadores disporem de um sistema de ventilação especialmente elaborado para esse tipo de ocorrência.
            Entretanto, outros objectos e locais podem delinear o quadro da claustrofobia, como: as cabines telefónicas, escadarias de prédios (medo de ficar preso entre portas corta-fogo), casas-de-banho, bancos com portas que travam e transportes colectivos.       Esta fobia, por vezes, coexiste com a agorafobia que é o medo de espaços abertos onde haja dificuldade de socorro imediato.

Fobia de lugares altos

            A altura exerce um medo comum e até certo ponto compreensível. Estar próximo de um precipício pode acarretar medo de escorregar e cair. É normal, já que se trata de um perigo real, diferente do medo de ficar, por exemplo, trancado num banheiro.
            O medo, no entanto, torna-se irracional quando ocorre diante do simples facto de a pessoa se encaminhar em direcção a uma janela de um prédio, ou de estar em locais altos que são protegidos por grades ou vidros espessos, como os edifícios com vista panorâmica.
            As pessoas com fobias de altura (acrofobia), reagem com medo nas situações que envolvem altura, não conseguem olhar para baixo, sentem vertigens. As situações geradoras de medo são bastante variáveis e passam por escadas, escadas rolantes, ladeiras, topo de edifícios altos…
            É comum que as pessoas que sofrem de acrofobia apresentem um medo de perder o controlo e de se jogarem do local em que se encontram. Também é comum ter a sensação de estar a ser “puxado” para baixo. Esta situação ocorre mesmo com a presença de anteparos protectores.